35ª Mostra Internacional de Cinema

 

A 35ª Mostra Internacional de Cinema já acabou e nosso Blog resolveu ajudar você, que perdeu os filmes ou simplesmente não teve tempo de assistir a todos, fazendo uma seleção das obras que já tem data marcada para estréia no circuito nacional. Confira!:

 
Em outubro:
Ainda no mês de outubro o longa de Selton Mello chega às telas dos principais cinemas da capital, no dia 28. O filme O Palhaço conta a historia de um artista circense que infeliz, deixa o circo buscando encontrar sua identidade em outro lugar.

Em Novembro:
O mês de novembro traz diversas estréias nacionais e internacionais para todos os gostos. No dia 11, chegam no circuito os filmes nacionais Os 3, Amanhã Nunca Mais e O Céu sobre os Ombros. O primeiro narra à história de três amigos que vivem juntos em São Paulo e se tornam participantes de um reality show. Amanhã nunca Mais marca o retorno de Lázaro Ramos ao cinema e o premiado Céu sobre os Ombros, conta a história de três personagens que aparentemente não tem nada em comum: uma transexual que vive entre a prostituição e os estudos acadêmicos; um devoto da religião Hare Krishna e líder de uma torcida organizada, e um aspirante a escritor, que começou a escrever inúmeros livros, mas nunca concluiu nenhum.

No dia 18 de novembro, chega as telonas o drama Francês O Garoto da Bicicleta, que conta a história de um garoto de 12 anos que revoltado com a vida, cai na criminalidade.  Já no dia 25 é a vez da produção iraniana Isto não é um filme, documentário que retrata um dia na vida de Panahi, que está preso há meses em sua casa, em Teerã, á espera do resultado de sua sentença no tribunal de apelação.

Em dezembro:

No final do ano quem chega primeiro é o longa Habemus Papam, onde um psicanilista auxilia um recém-nomeado papa, que não se sente pronto para assumir o cargo. Já no dia 9 chega o block buster Uma incrível aventura,que narra a história de um trio de garotos apaixonados por futebol que sai de Ruanda com destino à África do Sul, onde pretendem acompanhar os jogos da Copa do Mundo.

No dia 23 é a vez de George Clooney estreiar com seu longa “Tudo Pelo Poder”. Na trama, um diretor de comunicação se mete em tramóias políticas para lançar seu candidato pelo Partido Democrata. Encerrando as estreias do ano, o documentário Raul Seixas - O Início, o Fim e o Meio deve chegar às telonas até o final de 2011, mas não tem data confirmada.

Em 2012:
O fim do mundo que espere, já que em 2012 pelo menos três ótimos longas já foram confirmados para o circuito!  O grego Attenberg, tem estreia prevista para 13 de janeiro, e a produção nacional Eu Receberia as Piores Notícias dos Seus Lindos Lábios, estréia em 9 de março. O filme foi bastante procurado pelo público na mostra e narra um triângulo amoroso entre um fotógrafo, uma bela mulher e seu marido.No mês de abril a estréia fica com Histórias Que Só Existem Quando Lembradas.

Apaixonado por Paris

 

Críticas positivas não faltam à carreira de Woody Allen, aclamado diretor de magníficas obras cinematográficas como Manhattan, A Rosa púrpura do Cairo e seu recente Vicky Cristina Barcelona, todos marcados não só pela excentricidade do diretor como pela clássica maneira de Allen contar histórias através de diferentes cenários. Não fugindo de seu convencional, surge “Meia noite em Paris”, onde pontos turísticos clássicos da cidade são emprestados ao diretor, dando maior charme ao seu filme e levando o espectador a viajar pelas ruas de Paris.

Nessa comédia romântica vemos uma clássica história de amor, mas não entre os personagens e sim entre Allen e a bela Paris, que nos desperta um sentimento de ternura e nostalgia. A história narra à vida de Gil (Owen Wilson), roteirista que frustrado com sua profissão, viaja, com sua noiva Inez (Rachel McAdams) e seus pais, a bela Paris, na tentativa de conseguir escrever seu primeiro Romance. Lá eles encontram o casal Carol e Paul Bates (Nina Arianda e Michael Sheen, respectivamente), este último, namorado de Inez dos tempos de faculdade. Os casais combinam passeios juntos e Gil, insatisfeito com a companhia do sabichão Paul Bates, prefere caminhar sozinho e embriagado por Paris a noite.

É em meio a um desses passeios que acontece a primeira revira-volta do filme, Gil é abordado por um antigo Peugeot e levado a uma festa, onde se encontra em plenos anos vinte, em meio a grandes nomes como o famoso músico, Cole Porter e escritores como Scott Fitzgerald e Ernest Hemingway. É através dessas viagens ao passado, dadas sempre as badaladas da meia noite, que Gil começa a desenvolver seu romance, contando com a ajuda de personalidades de uma época considerada por ele como “A Era de Ouro cultural de Paris”. Com o passar do tempo, o fascínio de Gil pelo passado se destaca a ponto de todos os personagens a sua volta se tornarem secundários e vazios. Percebemos então a intenção de Allen, nos fazendo refletir sobre as projeções que criamos em relação ao passado ou a um lugar ou época em que nos adequemos melhor, criando uma eterna desilusão perante o nosso cotidiano.

É indiscutível a alta qualidade artística e técnica da produção de “Meia noite em Paris”, que longe de ser a obra prima de Woody Allen, nos remete a boas risadas e uma sensação de conforto quase inexplicável. Para um diretor criticado por produzir filmes “cults”, Allen conseguiu como resultado um conteúdo que entretem um grande público sem apelações midiáticas, apenas usando sua inteligência.

Michely Ascari

é estudante de jornalismo e fotógrafa.